(1975) Portugal, base de apoio para os militantes espanhóis anti-franquistas


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Quando se deu o 25 de Abril de 1974 em Portugal, ainda Espanha vivia sob o franquismo e toda a actividade politica e social era fortemente reprimida. Durante os meses que se estenderam até à morte de Franco (Novembro de 1975) e depois à “abertura” politica e social no país vizinho que ainda levou vários anos – o primeiro comício público da CNT, pós Franco, apenas se realizou em Março de 1977, nos arredores de Madrid -, Portugal foi usado como espaço de retarguarda para muitos activistas das várias regiões de Espanha, entre eles muitos libertários – bascos, catalães, galegos, andaluzes, madrilenos. O incipiente movimento libertário português acolheu-os sempre que pôde, estabeleceu relações de companheirismo e deu a ajuda possível, servindo em muitos casos de abrigo temporário para militantes perseguidos pelas autoridades espanholas, nomeadamente aquando do caso “Scala” ( aqui também), em Barcelona, em Janeiro de 1978, numa operação montada pela polícia espanhola para destruir o movimento anarquista catalão e a CNT, durante a qual muitos militantes foram perseguidos e tiveram que procurar apoio externo.

Outros agiam por sua conta e risco, trazendo para Portugal métodos de luta contra empresas espanholas, tentando apressar o fim da ditadura. É neste campo que se insere o incêndio de três autocarros de uma empresa espanhola, em Lisboa, em Janeiro de 1975, em que foi presa uma cidadã espanhola que, casualmente, por ali passava e que não tinha a ver com aquela acção, reinvindicada, em comunicado, que publicamos acima, por um “comando” anarquista.

Documento aqui: https://1969revolucaoressaca.blogspot.com/search/label/Corrente%20Anarquista