Cinema Vivo | Sextas de Abril 22h


07/04 -Outro País, de Sérgio Tréfaut (pt, 1999, 70’)
Em 25 de Abril de 74 um golpe militar derrubou a mais antiga ditadura ocidental sem derramar uma gota de sangue. A descoberta da democracia e o desmantelar do último império colonial europeu projetaram Portugal para o primeiro plano da atualidade internacional.
Durante a revolução dos cravos alguns dos maiores fotógrafos e documentaristas do mundo desembarcaram em Lisboa para recolher imagens: Glauber Rocha, Robert Kramer, Thomas Harlan, Pea Holmquist, Santiago Alvarez, Sebastião Salgado, Guy Le Querrec, Dominique Issermann, Jean Gaumy, etc. Todos sonhavam com um mundo diferente. Vinham de Maio de 68, do Vietnam, do Chile de Allende e viviam a Revolução Portuguesa como um laboratório único de experiências.
O que descobriram em Portugal? Que balanço fizeram anos mais tarde?
A pesquisa para este documentário revelou milhares de fotografias e cerca de 40 filmes estrangeiros sobre a Revolução Portuguesa.

14/04 – A Hora das Fornalhas, de Fernando Solanas e Octavio Getino (Argentina 1968, 85’)
A Hora das Fornalhas: Notas e Testemunhos sobre Neocolonialismo, Violência e Libertação. Parte 1 Neocolonialismo e Violência.
“Este lendário filme underground criticou o neocolonialismo e pediu a derrubada do governo argentino. Pretendendo ser um filme que “o Sistema considera indigerível”, La Hora foi feito e distribuído fora da indústria cinematográfica comercial. Ilegal, o filme transcendia o entretenimento burguês: “Descobrimos também que cada camarada que assistia a tais exibições o fazia com plena consciência de que estava infringindo as leis do Sistema e expondo a sua segurança pessoal a uma eventual repressão. Essa pessoa não era mais um espectador; pelo contrário, a partir do momento em que decidiu assistir à exibição, a partir do momento em que se alinhou deste lado arriscando e contribuindo com sua experiência de vida para o encontro, tornou-se um ator, um protagonista mais importante do que aqueles que apareciam nos filmes.”

21/04 – “Arredor da Roda: De Cántigas da Terra a Miro Casabella” de Federico A. Rioboo (es. 2022, 60’)
Filme documental sobre a sanfona e as marchas deste instrumento pela óptica de um dos pioneiros que na Galiza, desde os anos setenta, voltou a tocar nos palcos e nos discos. Esta produção da A.C Cántigas da Terra foi apoiada pelo Fondo de Proxectos Culturais Xacobeo 2021-22, da Xunta de Galicia.



28/04 -Que Farei eu com Esta Espada?, de João César Monteiro (pt, 1975, 63’)
A Revolução dos Cravos está ameaçada pela ingerência de certas potências estrangeiras que nela vêm um perigo. No rio Tejo «pairam» navios aliados da NATO, de entre os quais se destaca o porta-aviões norte-americano Saratoga.
O filme deveria chamar-se Saratoga Blues, mas, corrigindo a pontaria, Monteiro muda-lhe o nome e aponta um canhão para o Tejo. A espada é o símbolo certo perante a grandeza da ameaça: ferramenta cintilante de aguerrido guerreiro lusitano (aqui Margarida Gil), como a lendária funda de David que derrubará o Gigante, serve bem os propósitos bélicos de João César Monteiro.