Parámos a festa no maior evento de venda de jatos privados da Europa


Classe executiva apavorada com a disrupção da sua festa privada

Sendo o EBACE (European Business Aviation Convention and Exhibition) o maior evento de venda de jatos privados da Europa, quando recebemos o convite para participarmos na disrupção do mesmo, abraçámos o desafio com o maior entusiasmo. E ainda bem.

Este pináculo da alienação capitalista é bem demonstrativo do problema épico que temos entre mãos.

Em plena crise climática, ninguém dentro do status quo do sistema está minimamente interessado em resolvê-lo, mas sim em tirar o melhor proveito da situação com o mínimo possível de risco.

Um deste jatos tem o potencial de emitir numa hora mais do que a média da população mundial emite num ano inteiro.

Assim sendo, vender mais uns jatos para a elite mundial se passear confortavelmente, enquanto a maioria da população sofre as consequências diretas do estilo de vida dos mais ricos, é mais do que um estilo de vida egoísta. É genocídio.

Mais de 100 ativistas climáticos tiveram a coragem de parar esta festa que seguia impunemente e com a tranquilidade habitual de quem acha que a sua vida tem mais valor do que alguém que morre afogado em cheias, na travessia do Mediterrâneo, de fome, pela seca e outros eventos extremos, causados pelo aquecimento global.

Nem governos, nem tão pouco a elite económica, estão a levar o aquecimento global como a crise que é. Apenas estão preocupados em manter o poder, controlar a população, mentindo-lhe descaradamente através de greenwashing e medidas que nos levam neste momento em direção a 3ºC de aquecimento global. Com 1.2ºC já vivemos num planeta diferente daquele em que a civilização humana se desenvolveu. Não existe adaptação possível a um planeta de 3ºC, e quem diz isso mente com todos os dentes que tem.

Como estamos a assistir com o que se passa na Alemanha e Letze Generation, a elite capitalista só está interessada em apontar as armas precisamente a quem está a apontar-lhes o dedo como causadores da crise que vivemos. Chamam-nos de ecoterroristas. Ou seja, ecoterroristas não são as pessoas que estão a destruir o planeta e a possibilidade de uma vida além da sobrevivência mais básica, mas sim quem está a tentar tudo o possível para o salvar. Bravo.

Quem neste momento aponta os dedos aos ativistas climáticos, que são as únicas pessoas realisticamente interessadas em resolver o problema, em vez de culparem o sistema económico vigente, tem apenas um adjetivo possível. Cúmplice.

A história dar-nos-á razão.

Ninguém precisa de um jato privado.

Toda a gente precisa de um planeta habitável.

Abolir Jatos Privados!

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