Cego pelo mundo que quero, de saída para o sonho,
Pela pena escrevo mulheres, espaços e ruas
E perplexo, com os livros aceno ao povo.
Das viagens bravias às experiências rebeldes,
Pelo tutano grosseiro e pela mística da água
Irrompo texto, calculo o futuro.
Uso o corpo sem castigo
E não cativo da colecção de leis
Abordo lugares por licença do abismo.
A verdade e a paixão animaram-me
E peregrinando pela sorte voltei pródigo
Quando à natureza entreguei a força.
Ao tempo que prescreve, habituei a mente com movimento
E pelos sentidos horizontes e orientações gradas,
Mesmo sofrido, defendo a fortuna da vida.
Nunes Zarel·leci