No dia 23 de Julho, 33 homens foram detidos por participarem numa festa de sexo que decorreu na cidade de Valência, na Venezuela.
Num vídeo partilhado na rede social Instagram pode ver-se a forma como estes homens foram levados – “Lá vão eles, como criminosos de alto perigosidade e como se fossem animais. 33 pessoas que não cometeram nenhum crime”, relatou a jornalista Carolina Branger.
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Os detidos, com idades compreendidas entre os 21 e os 57 anos, foram levados para uma prisão em Los Guayo, sendo que há rumores de que serão acusados do crime de “atentado ao pudor” (actos obscenos em público). No entanto, os agentes da polícia publicaram fotografias e as identidades dos detidos que participaram na alegada festa de sexo privada num registo policial, expondo estas pessoas ao desprezo público, a possíveis retaliações e à discriminação em detrimento da sua orientação sexual.
A situação gerou controvérsia na sociedade pois, muitas pessoas consideram que o acto de expor os detidos é um desrespeito pela diversidade e pela liberdade no país.
Embora o Código Penal não estabeleça como crime as relações sexuais consensuais entre adultos, as autoridades venezuelanas alegaram que os detidos tinham a intenção de comercializar o material de vídeo que estava a ser gravado durante a festa.
A Associação Civil Venezuela Igual denunciou a actuação da polícia e pediu que se investigue o sucedido: “Denunciamos perante o procurador Tarek Wiliam Saab para que investigue e castigue as acções da PNB [Polícia Nacional Bolivariana] no caso da sauna assaltada em Valência no dia 23 de Julho por nenhuma outra razão que não seja o facto de ser um local LGBTI, sujeitando os detidos ao desprezo público pela sua sexualidade e estado de saúde”, afirmou a organização no Twitter.
A Associação Civil Venezuela Igual denunciou a actuação da polícia e pediu que se investigue o sucedido: “Denunciamos perante o procurador Tarek Wiliam Saab para que investigue e castigue as acções da PNB [Polícia Nacional Bolivariana] no caso da sauna assaltada em Valência no dia 23 de Julho por nenhuma outra razão que não seja o facto de ser um local LGBTI, sujeitando os detidos ao desprezo público pela sua sexualidade e estado de saúde”, afirmou a organização no Twitter.
Sigue siendo penosa la violencia con que algunos “periodistas” y medios abordan las noticias que involucran a personas LGBTI, desde los titulares y cuerpo de la nota.
También es violenta la actuación de los cuerpos de seguridad del Estado, cuando allanan un local por ser LGBTI.— AC Venezuela Igualitaria 🏳️🌈🌺 (@VE_Igualitaria) July 24, 2023
Jéssica Vassalo