[Espanha] Estamos nas ruas!!!


E D I T O R I A L

Secretário Geral da CNT | Ilustração de Txus | Extraído do CNT nº 434

Com o ano de 2022 terminado, não é fora de propósito fazer um balanço da presença da CNT nas ruas.

“Se tocam em uma de nós, tocam em todas nós” e que melhor lugar para provar isso do que nas ruas.

Muitas vitórias sindicais são forjadas dentro das quatro paredes do sindicato, mas onde elas se tornam visíveis e ganham força, envolvendo todos nós e permitindo que todos conheçam nossos conflitos, é na rua.

– Las Palmas de Gran Canaria. Uma nova camareira começou a trabalhar no Hotel Avenida de Canarias, onde já havia uma seção sindical da CNT. Depois de quatro dias, mesmo sem contrato, ela foi informada de que não voltaria a trabalhar lá, pois havia trabalhado na CEAR (Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados).

Diante dessa situação injusta e discriminatória, as companheiros da seção sindical protestaram junto à empresa, que respondeu demitindo um dos membros e sancionando outros dois. Piquete na porta do hotel em 18 de dezembro de 2021, onde mais de cinquenta pessoas se reuniram por cerca de duas horas, exigindo a reintegração, a retirada das sanções e o cumprimento das demandas sindicais.

– 13 de fevereiro, a cerimônia de premiação do Goya é realizada no Palacio de las Artes, em Valência.

A Seção de Artes Cênicas da CNT se manifesta a favor de melhorias no acordo enviado ao ministério. Todas as profissões são defendidas nas ruas, e não poderia ser diferente para os artistas de palco. Pela luta e pelos comentários de nossos companheiros, sabemos que, por trás de um trabalho de palco, há muitos trabalhadores em condições precárias.

– 8 de março. Em toda a Espanha, as companheiras da CNT estão liderando as reivindicações da classe feminista.

Nas ruas com nossas companheiras, como todos os anos, gritando contra a persistente diferença salarial, contra a maior incidência de desemprego entre as mulheres, contra os contratos mais curtos que as mulheres sofrem mais e contra a distribuição desigual de cuidados que é assumida com muito mais frequência pelas mulheres e as obriga a assumir o dobro da carga dos homens.

– 1º de maio. A nossa quintessência de tomada de ruas. Poucas novidades podem ser ditas sobre o Primeiro de Maio, mas sempre voltamos para nos encontrar e nos reconhecer como uma classe trabalhadora comprometida com essa ideia.

– La Suiza. 24 de setembro, Madri. Manifestação em massa em apoio aos seis companheiros de Xixón.

Não estamos dispostas a ver como nossas companheiras são torturadas com a incerteza de uma sentença de cinco anos por sindicalismo. O conflito começou nas ruas, quando fizemos um piquete informativo para cuidar de outra companheira que estava sendo assediada em seu local de trabalho, e não terminará até que nossos companheiros estejam completamente livres de acusações.

– Domingo, 2 de outubro. El Trono (Cáceres Norte). Décimo dia do Gerrilheir@. 12:00 horas: ato em homenagem às guerrilheiras no Mirador da Memória. 14:00 horas: refeição fraterna e apresentação musical de Txemi Prieto.

Nesse dia, lembrando nossos companheiros e companheiras que lutaram para nos legar um futuro (nosso presente) no qual o antifascismo continuaria vivo, perpetuando a dignidade da classe trabalhadora.

– 19 de novembro. Córdoba, Adra, Bilbo, Burgos, Ciudad Real, Donostia, Elx, Gasteiz, Iruña, Las Palmas de Gran Canaria, León, Madri, Málaga, Menorca, Miranda de Ebro, Palma de Mallorca, Sabadell, Santander, Segovia, Teruel, Valência, Valladolid. Comícios em praças públicas em apoio às nossas companheiras processadas em Xixón, porque “O sindicalismo não é um crime”.

Mais uma vez, demonstramos nossa solidariedade em todos os territórios com nossas companheiras, que se tornaram um exemplo de luta de acordo com os princípios libertários dos quais esta organização se orgulha.

– Jerez, 14 de dezembro, 9 horas. Concentração em frente ao tribunal social número 2 para tornar visível o repúdio contra a demissão de nossa companheira militante da CNT na empresa Hamman Andalusí Baños Árabes depois de ter apontado as condições de trabalho indignas e perigosas às quais ela foi submetida.

Esses breves exemplos deixam claro que somos uma organização que usa as ruas para realizar seus protestos. Não gostamos de tapetes vermelhos e de pedir prerrogativas para poucos. Queremos uma revolução social para acabar com o estado patriarcal e vamos trabalhar nisso nos sindicatos e, depois, vamos levá-la às ruas quantas vezes forem necessárias. Lá todos nós nos reuniremos para gritar bem alto: Viva a luta da classe trabalhadora! Viva o anarcossindicalismo! Viva a CNT!

Fonte: https://www.cnt.es/noticias/editorial-estamos-en-la-calle/

Tradução > Liberto

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Carlos Seabra