Dois conceitos de «literatura» parecem assim existir lado a lado e ocupando virtualmente o mesmo espaço: o da literatura como aquilo a que Althusser chamou Aparelho Ideológico do Estado e o seu aparente contrário, a literatura como subversão da Ideologia do Estado. A primeira associa-se à «institucionalização» da cultura – embora, claro, tenha como premissa que a cultura no seu sentido essencial, já é o discurso do Estado; a segunda associa-se à noção vanguardista de autonomia, não como uma afirmação da «arte pela arte», mas como uma orientação crítica perante o Estado, fundada numa alienação constitutiva a partir dele (a «arte», aqui, é aquilo que ocorre apesar e fora das operações do estado)., Louis Armand.
Tradução de Jorge Pereirinha.
Capa, contracapa, lombada e miolo, com colagens de Siegmar Fricke.
Paginação e grafismo de Paulo da Costa Domingos.
Barco Bêbado.
2023. 88 Págs. broch.
18. €