Space Transcribers: Entrevista com Fernando P. Ferreira



Entrevista com Fernando P. Ferreira sobre os Space Transcribers

“Transcrever: Ações Participativas nos Bairros Sociais de Braga”

Seminário de Investigação Teatral
Licenciatura em Teatro, Universidade do Minho

M

Foste coordenador do projecto Transcrever: Ações Participativas nos Bairros Sociais de Braga, e fazes parte de um grupo que se chama Space Transcribers. Os Space Transcribers não são um coletivo, mas, acho que posso argumentar que, vocês criam coletivos temporários, ou coletivos efémeros e é sobre esse conceito que podemos enquadrar a nossa conversa. Particularmente neste projecto “Transcrever”, coletividades efémeras em bairros sociais de Braga. Como é que é trabalhar com estes coletivos, como é trabalhar com estas pessoas e a relação de mediador, que surge no papel do artista, ao ser convidado pela câmara municipal a trabalhar em Bairros Sociais?

F

Eu concordo em pleno contigo, nunca tinha pensado dessa forma, de vermos que criamos coletividades efémeras. Na realidade, nós começamos como um grupo de pessoas, e gostamos de nos definir mais como uma organização sem fins lucrativos, mais que um coletivo. Porque um coletivo, na minha definição, requer que todos tenhamos uma causa comum. E acho que o que acontece é que muitas vezes até há [choques] de causas distintas. Claro que há um denominador comum, evidentemente. Mas nós já começámos este processo já em 2015. Nessa altura éramos um grupo de pessoas, mas muitas vezes há pessoas que ao longo do tempo, que se envolvem mais nos projectos, outras querem sair, é sempre um processo muito volátil. Isto só para fazer o esclarecimento quanto à denominação daquilo que nós somos.

E efetivamente, eu e o Daniel que somos os co-fundadores, e ainda somos quem prevalece nesta organização. E depois nos projectos que nos vão aparecendo, nós vamos convidando pessoas (…) Portanto é muito interessante isso que estavas a dizer de coletividades efémeras, porque muitas vezes é isso que acontece. O último projecto que nós fizemos foi o “Acusticidade” encomendado pelo Circuito do Gnration, que é um programa educativo, e fizemos uma parceria com um artista sonoro do Porto.

Voltando à pergunta sobre os bairros sociais, o Transcrever que foi o nosso grande projecto, o projecto já foi em 2017. Na altura, surgiu através de um convite, sim, da Câmara Municipal de Braga, que veio perante um financiamento para a regeneração de três bairros sociais de Braga: o bairro de Santa Tecla, das Enguardas e do Picoto. Estes bairros têm uma maioria de comunidade cigana. No picoto é quase 98%, nas Enguardas e Santa Tecla entre 40 a 60%, uma prevalência grande. O que a câmara nos pediu na altura, isto inicialmente deveria ter sido a acompanhar o próprio projecto de regeneração de arquitetura. Mas isto são sempre processos muito complexos, às vezes as pessoas que estão de fora não têm noção, porque são processos que estão dependentes de fundo europeus. Ou seja, muitas vezes os timings são todos descoordenados. E quando surgiu este financiamento, que era para fazer um trabalho de auscultação dos três bairros, era no fundo fazer um estado da arte dos três bairros, de perceber como é que as pessoas estão a viver, quais são os problemas, quais seriam os anseios e os desejos daquela população para o futuro dos seus bairros, etc. Evidentemente isto deveria ser feito antes da implementação do projecto de arquitetura. Ou seja, nós quando tivemos este convite, que era um convite especulativo, porque estávamos a candidatar-nos a um projecto de fundos europeus, que depois iria agregar-se a um projecto financiado pela câmara para esta renovação… o projecto já estava feito, pela BragaHabit, que é a empresa municipal que detém e que faz o management, a manutenção, material e imaterial, destes três bairros.

E na altura o nosso desafio foi logo: como é que nós podemos montar um projecto que tenha por um lado, esta vertente de diagnostico muito teórica, mas por outro lado queríamos ir além das metodologias usadas nas ciências sociais, como os inquéritos, não tendo nada contra os inquéritos. Mas nós como somos arquitetos e nos interessava uma aproximação multidisciplinar pensámos que podíamos fazer metodologias mais artísticas como métodos de auscultação. E orientamos o trabalho em duas componentes teórica e prática. Por um lado, fizemos muito trabalho de arquivo, ou seja, ir à BragaHabit, e perceber de onde é que as pessoas que estavam lá nos bairros atualmente tinham vindo, dos antigos bairros da cidade, fazer um trabalho de mapeamento. Ler também muito sobre a cultura cigana, que eu sabia muitíssimo pouco, e fazer quase um estado de literatura sobre esse âmbito. Por outro lado, depois desenvolvemos uma série de workshops artísticos, e aí na altura tínhamos um grupo grande com pessoas de distintas valências, ou seja, fizemos workshops de fotografia com os miúdos do bairro, de captação de som, de captação de histórias de género. Depois tivemos um workshop internacional, que nós chamamos Summer School, que também foi prática, na altura tivemos pessoas de 10 ou 15 nacionalidades distintas para trabalhar nestes três bairros, e os três bairros tinham problemáticas muito específicas. Mas o importante foi como tu disseste, fazer um trabalho de mediação, porque havia uma ausência de diálogo muito grande entre as entidades que gerem estes bairros. Ou seja, entre as próprias comunidades, entre o entendimento deste projecto de regeneração urbana dos três bairros, entre a BragaHabit, e o município de Braga. O que eu acho que foi bastante positivo, foi que o município que fez esta encomenda nos deu bastante liberdade de fazermos um trabalho que era altamente crítico ao próprio município. Foi uma escolha nossa, de nos mantermos críticos a todo o processo.

M

É interessante a forma como o trabalho que tu decides que vai ser artístico, que propões e a metodologia, é trabalhar coletivamente nestes três bairros. E o que vocês fazem, o tipo de trabalho, agarrar em câmaras fotográficas, telemóveis, gravadores de áudio, e outros dispositivos de arquivo, de um arquivo presente, de uma leitura do real de hoje. E esse processo crítico de mapear, com esse trabalho crítico, com essa abordagem antirracista, e a abordagem de mapear a história da cidade também. Vemos imagens dos bairros antigos, da construção dos bairros atuais, o desaparecimento daquele mundo, que era um mundo e um tempo diferente, com tempos mais longos, com a arquitetura mais lenta, as casas e os espaços sociais justapostos com a ocupação real dos espaços que estas comunidades “ciganas” ou “Roma” faziam. E além da intervenção da câmara municipal, (…) e da forma como a sociedade atua l é preconceituosa para com as comunidades ciganas, o preconceito, a guetização… E vocês ajudam também a desconstruir o racismo, a ideia dos “traficantes de droga”, através do estudo que há um contexto de marginalização, de desagregação sócio-espacial.

E depois, como é que as pessoas vivem nestes espaços, e quando elas fotografam e arquivam estes espaços e uma pessoa qualquer pode ver este tipo de trabalho sobre o real, estes materiais de arquivismo, que é um contexto de pobreza e de pobreza extrema muitas vezes, como vocês referem, de marginalização, de guetização, e depois o típo de símbolos que aparecem, nos grafitis, nas formas como estacionam as bicicletas à porta de casa, como vivem com os outros animais, como toda a gente. É muito interessante o material artístico que surge.

E gostaria de saber aquilo que vocês aprenderam e puderam observar deste material artístico desenvovido em coletivo com estas comunidades, que tendo as ferramentas e a mediação crítica artística, passam a ter mais meios de expressão artística.

F

Este trabalho coletivo, foi de longa duração, resiliência e exaustão também. Foi um processo muito pessoal, de desconstrução de estigmas que eu próprio tinha, relativamente ao que é um bairro social, visto como um lugar perigoso, marginal, etc. E os bairros têm essas problemáticas. Mas quando tu vais todos os dias para um bairro, vais começar a ver que o bairro não é só isso.

O bairro é feito de múltiplas pessoas, algumas sim, associadas a atividades ilícitas como o tráfico de droga, mas depois tens pessoas formidáveis de conhecer. Mas quando trabalhas num bairro social, o mais difícil e desafiante é seres aceite no bairro. E eu e o Daniel durante um ano fomos praticamente todos os dias para o bairro fazer trabalho de campo, estar com as associações existentes. Por exemplo, no bairro de Santa Tecla, na altura não existia associação de moradores. Depois de irmos para lá um dos legados do projecto, foi que as pessoas conseguiram constituir uma associação de moradores, o que é incrível. Mas nós, antes andávamos com a cruz vermelha, a Geração Tecla, que já fazia um trabalho de mediação. Fomos muitas vezes para lá, tentar falar com alguns moradores. Mas nos três bairros, porque os três tinham as suas especificidades, foi um processo muito difícil, muito dependente da nossa resiliência de irmos para lá, sempre. O trabalho de conhecermos as associações ou instituições que trabalhavam nos bairros, mas também houve uma parte independente, de irmos nós falar com as pessoas.

E a chave foi termos começado a fazer estes workshops com as crianças. Porque as crianças não têm preconceitos, querem aprender, fascinam-se, são as primeiras a vir falar contigo, não têm preconceitos. E depois o que é interessante é que, daquilo que aprenderam, ou daquilo que ouviram, vão levar para casa, vão falar com os pais, e vão dizer “olha, hoje apareceu este e este ali, olha eu aprendi isto”. E foi daí que, nas primeiras sessões só vinham as crianças, mas a partir de meio, os pais já começavam a vir. E outra coisa, a própria localização onde fazemos os workshops, tentávamos fazer sempre no espaço público. E era natural virem adultos perguntar quem éramos, o que estávamos a fazer… E era uma pergunta / resposta que acontecia de forma constante ao longo do processo.

Relativamente à pergunta de como é que as pessoas se podem expressar através destas práticas artísticas, foi muito interessante porque houve diferentes níveis de manifestação e de expressão. Por exemplo, num workshop de fotografia, foi interessante a forma como vimos crianças a fotografar elementos. Nós dávamos um script, “fotografa o interior, o local onde te sentes mais confortável, ou onde tens mais medo de estar…” e foi muito interessante porque sem entrar em determinados espaços ou seja, sem invadirmos em pessoa o espaço doméstico por exemplo, e vermos padrões de como aquelas crianças viam o mundo, o mundo do seu bairro. Isso foi uma forma. Outra foi um workshop de construção de maquetas dos bairros, e foi super interessante, principalmente porque havia um bairro que iria passar por um grande processo de regeneração, incluindo o desmantelamento de um dos prédios.

M
Qual?

F
O Bairro de Santa Tecla. E porque na realidade os adultos também se juntaram nesse processo, que começou pelas crianças, mas depois no final, aquilo ficou mais uma discussão dos próprios adultos. E faziámos sessões em que vinham também intervenientes da BragaHabit para discutir. Ou seja, aí foi mesmo um processo de mediação e discussão. E houve algumas tensões. Mas o interessante é que no final, até hoje, esse bloco de habitação, que havia prvisão de o demolirem, não foi demolido.

E pessoalmente, eu fico contente com isso, porque a forma como o projecto estava, o argumento para a demolição de um dos blocos…

M
Era fazer uma estrada, não era?

F
Exatamente, não era suficiente.

M
Iam demolir para fazer uma estrada a atravessar o centro do bairro, o espaço público do bairro.

F
Porque havia o argumento de “abrir” mais o bairro à cidade, para não se formar uma guetização para não fomentar o tráfico de droga. Porque em Santa Tecla isso era algo forte. No entanto isso não era um argumento válido, porque mesmo que tu destruas um bloco, a droga pode continuar a existir, certo? Portanto havia esta ideia de que isso iria resolver um problema, mas na realidade, e ainda bem, eles não destruíram, não desmantelaram. Não sei se o nosso projecto diretamente se associou a isso, mas acho que ajudou. Porque foi um início uma politização dos moradores, uma união dos próprios moradores para olharem de outra forma para o seu bairro, e se unirem para que estes projectos não afetem a sua vida, porque iria ser muito complicado. E eu acho que as maquetas foram uma forma de se expressar todas estas dúvidas que eles tinham relativamente aos projectos de regeneração, como é que seria esta negociação.

Negociação é outra palavra que aparece além da mediação nestes processos. Não é só mediar, é também negociar. Mas cada oficina teve formas distintas de expressão. Algumas foram mais para as crianças outras mais para os adultos. Houve um projeto que era mapear as rotas e a forma como nove mulheres ciganas de diferentes idades, gerações e perspetivas se movimentavam no espaço público dentro e fora do bairro, também foi muito interessante para perceber a posição da mulher não só dentro da comunidade, como com o resto da comunidade Bracarense. Como é que elas se sentem, como vivem, como se deslocam. E aí claramente o modo delas se expressarem foi oral, mas o interessante foi ver como é que nós podemos mapear e refletir sobre essas rotas. Evidentemente, que este projecto é só um diagnóstico. Muito mais trabalho teria que ser feito para dar mais empoderamento a estas mulheres. Quem me dera que este projecto agora continuasse. E foram só nove mulheres, é um caso de estudo com uma amplitude pequena.

M
Mas aqui está o trabalho mais forte que me parece que vocês fizeram, com elas. Poruque propõe uma leitura mesmo profunda, tanto da situação como das rotas. O mapa, as rotas domésticas e não só, no espaço público, nos espaços que as pessoas conhecem e habitam, e a ligação com estas mudanças temporais, em que as pessoas saem das habitações informais, como São Gregório, Granjinhos, Fujacal, Lajes, Floresta e Carvalheiras, e muitas delas são enviadas nos anos 70 para os Bairros operários, complexos habitacionais e bairros sociais…

F
Isto não aconteceu só em Braga, mas em todo o país. Havia pessoas que estavam, e neste caso, a comunidade cigana, em ocupações informais como barracas, ou ilhas, bairros com muito poucas condições de saneamento ou eletricidade. E nos anos 70, pós 25 de abril, houve uma série de políticas urbanas, de dar melhores condições, direito à habitação, e houve um forte investimento político na habitação social. E daí termos estes três bairros, que seguiam essa ideologia de dar melhores condições às pessoas. Depois, as tipologias que foram aplicadas, do ponto de vista arquitetónico são mais discutíveis. Posso dizer, por exemplo, que no bairro das Enguardas, a maior parte das pessoas viviam numa ilha na Avenida da Liberdade, que já não existe hoje e foram transladadas para o bairro das Enguardas nos anos 70. Em Santa Tecla, muitas pessoas viviam em barracos na zona da Ponte e foram para Santa Tecla. Esses dois bairros, hoje em dia até estão com boas condições, porque têm espaço público, as Enguardas por exemplo, têm um ringue, coisa que se pensarmos atualmente nas novas edificações, nem sequer há espaço público, portanto isto é uma coisa positiva. Mas depois temos um projecto dos finais dos anos 90, que é o caso do complexo do Picoto que é um gueto, e é um cancro por resolver! E está encastrado, está guetizado, por onde entras é por onde sais, está na colina do Picoto. É um projecto mais pequeno, com cerca de 50 habitações. Mas tem graves problemas infra-estruturais de humidade, de acessibilidade. Aliás, tenho quase certeza que as acessibilidades não estão em legalidade. Aquilo, na altura, foi uma negociata que foi feita para resolver o problema das barracas no parque da Ponte e para alojar uma série de pessoas da comunidade cigana, ou Roma.

Só que a questão é que está mesmo com problemas Graves! E dos três bairros foi o que não conseguiu ter uma regeneração. Porque o terreno não é do município. O terreno pertence à igreja. A negociata foi feita na altura, entre a igreja e o município, na altura que o Mesquita Machado era presidente. E o que aconteceu foi que a igreja cedeu os terrenos ao município para construir este bairro. Ainda hoje os terrenos são da Igreja. Legalmente a coisa é tão complexa que por causa disso não foi possível fazer obras de renovação ao bairro, porque o bairro não está legalizado pelo município, ou seja, quem detém este bairro é a Igreja, e não está a ceder o terreno ao município. E por causa disso não foi possível entrar nos fundos de renovação do projecto. Por causa dessa incompatibilidade. Porque para o município se candidatar o terreno tinha que ser do município…

M
Mas mesmo que a vontade política não fosse má. Também não parecia ser boa, visto que no outro bairro as pessoas contestaram a intervenção.

F
Não podemos entrar em generalismos, porque há sempre pessoas que querem sair dos bairros, e acham que não tem condições, como outras que ninguém as tira daqui. Estás a lidar com questões humanas. Todos estes processos de deslocamento e retirada de pessoas, como no Aleixo no Porto por exemplo… É sempre polémico, e ambas as perspetivas são válidas e legítimas. No caso deste projecto, o mal foi de raiz, porque o terreno devia ter sido comprado e não cedido, para estes problemas não existirem. Ao mesmo tempo, isto é uma opinião muito pessoal, há uma hipocrisia da Igreja, que se implementa pela solidariedade, e não é capaz de vender os terrenos ao município para este caso específico. Que teve uma oportunidade fantástica de ter fundos sociais europeus para renovar o bairro. E isto fez que o bairro só fique degradado. E isto é uma opinião muito pessoal, mas neste momento a melhor coisa a acontecer é demolir o bairro… ou por as pessoas em condições dignas, porque, ninguém tem condições dignas ali, é uma vergonha…

M
Ainda há ocupação informal?

F
Eu nunca cheguei a lá ir, mas São Gregório, era perto da escola de Maximinos, e acho que ainda são barracos. Muito desses mapas foram muito auxiliados não só por trabalho de arquivo, mas também por conversas de assistentes sociais antigas, que fazem este trabalho de campo desde os anos 70, 80, e que nos ajudaram. Nós tínhamos pouca informação, às vezes só tínhamos fotografias, e perguntávamos “olhe, onde é que acha que é isto”, e elas conseguiam identificar. Também foi um trabalho de respigar memória através das assistentes sociais, que faziam e fazem esse levantamento.

M
O que achas que as pessoas querem? No sentido do vosso trabalho de escuta ativa, o que é que as pessoas vêm como futuro, quais são as propostas que foram avançando?

F

Primeiro, as pessoas querem boas condições de habitação. Seja no espaço doméstico e público do bairro, isso é o que mais querem. Primeiro é dar condições de habitabilidade no bairro. Segundo, querem que os bairros deixem de ter este estigma negativo marginal, de que só está associado a drogas e a coisas “más”. Mas isso é um trabalho que temos de fazer politicamente, de abrir o bairro à cidade, e não ter estes preconceitos. E também resolver os problemas que existem lá, de criminalidade. O tráfico de droga é o grande elefante na sala. E que toda a gente evita, mas sabe que está lá. Depois, terceiro, é terem mais oportunidades. Mais apoio para as crianças irem à escola, porque há muita desistência escolar, principalmente na comunidade cigana. E algumas associações locais já fazem um trabalho fantástico. Acho que é isso, eles precisam de mais oportunidades, os mais velhos oportunidades de emprego, e os mais novos de combater a desistência escolar.

Já passaram cinco anos, e sinto que é um projecto ainda muito atual. Continuamos ainda hoje a pedirem-nos apresentações deste projecto em Faculdades aqui em Portugal e fora. É um tema transversal, não é só em Braga. Mas estes temas da Habitação Social e das comunidades ciganas são assuntos urgentes e que têm pano para mangas, e é um trabalho em progresso.